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Celina da Piedade
Celina da Piedade
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“Celina da Piedade apresenta seis canções que cheiram a terra. E que chegam embrulhadas num prazer físico. Pela boca se canta e se espalha a tradição, pela boca se bebe o chá do Jardim da Boa Palavra…”
Haverá, com certeza, outras formas de cantar o Alentejo. Mas há uma poética singular por detrás desta ideia conjunta de Celina da Piedade e do Jardim da Boa Palavra: juntar o cancioneiro popular a ervas de produção biológica. A música não existe longe das pessoas. E a música tradicional, sobretudo, confunde-se com o passar dos dias das suas gentes, mistura-se com os afazeres mundanos, com os gestos do trabalho e do recato, trazendo consigo não apenas os cheiros e as palavras da Natureza a toda a volta, mas também, talvez mais simbolicamente, a ligação à terra. Tê minúsculo, atenção. Não é do planeta que se fala, mas do solo, onde nasce a lida, o sustento e, com eles, o cante.
O Cante das Ervas é isto. É chão. Depois nos habituarmos a ouvir a voz e o acordeão de Celina da Piedade no Cinema Ensemble de Rodrigo Leão, onde os caminhos trilhados por vezes são os do etéreo, ou depois de percebermos onde abriga muita da sua música no álbum duplo Em Casa, é agora tempo de vermos onde assenta os pés, onde criou as raízes de onde brota tanto do que toca e canta.
Assim, em O Cante das Ervas, é para o cancioneiro alentejano que somos puxados, para a simplicidade das palavras que nomeiam o ambiente em que nascem, para a sintonia com a oralidade, mas também para o som da viola campaniça ou da flauta de tamborileiro. Tocadas, no entanto, pedindo ao passado e à tradição que ouse contaminar o presente. Na companhia de Alex Gaspar (contrabaixo, adufe, vassouras de palha), Diogo Leal (flauta de tamborileiro e tamboril), Filipa Ribeiro (coros), Fred Gracias (adufe), Marco Pereira (violoncelo) e António Bexiga (guitarra folk e viola campaniça), Celina da Piedade apresenta seis canções que cheiram a terra. E que chegam embrulhadas num prazer físico. Pela boca se canta e se espalha a tradição, pela boca se bebe o chá do Jardim da Boa Palavara. Pela boca, de ambas as formas, se sorve o Alentejo.