Os Gaiteiros estão de regresso com uma formação rejuvenescida e uma renovada vontade. Celebram isto tudo no Misty Fest ao lado de convidados muito especiais
Depois de dois anos de ausência dos grandes palcos, o grupo de Carlos Guerreiro, Paulo Marinho e os seus mais recentes companheiros de jornada Sebastião Antunes (voz e percussões), Miguel Quitério (gaitas-de-foles, uillean pipes, flautas e voz), Carlos Borges Ferreira (voz e percussões) e Paulo Charneca (percussões e voz), têm o seu regresso a Lisboa marcado para o dia 11 de Novembro, no Teatro Tivoli BBVA, integrado no Misty Fest, num concerto que vai ter a presença de dois convidados especialíssimos: Rui Veloso (com quem Carlos Guerreiro tocou na mítica digressão de “Mingos & Os Samurais” e “Auto da Pimenta”) e Sérgio Godinho (com quem os Gaiteiros de Lisboa partilham o tema “Avejão”).
Os seminais Gaiteiros de Lisboa estão de regresso com uma formação rejuvenescida e uma renovada vontade… E com a sua já longa HISTÓRIA para contar. Uma história – em que, desde o seu início no ano de 1991, também foram protagonistas nomes incontornáveis da música portuguesa como José Mário Branco, Rui Vaz, José Manuel David, Pedro Casaes, Pedro Calado, José Salgueiro ou José Martins – em que a clássicos absolutos da sua carreira se juntam agora temas e inéditos como o incendiário novo single, “Roncos do Diabo”.
Os Gaiteiros de Lisboa são reconhecidos como o mais importante grupo de renovação e reinvenção da música tradicional portuguesa. Com uma obra ímpar, originalíssima, que conta com cinco álbuns de estúdio e um ao vivo (“Invasões Bárbaras”, “Bocas do Inferno”, “Dança Chamas”, “Macaréu”, “Sátiro” e “Avis Rara”), para além de inúmeros e inesquecíveis concertos em Portugal e no estrangeiro, os Gaiteiros de Lisboa traçaram e continuam a traçar novos caminhos para a nossa música identitária, de raiz, que neles nunca ficou lá atrás, mas esteve, está e estará sempre de olhos postos no futuro.
Inventivos, muitas vezes revolucionários, criadores de novas sonoridades, instrumentos e (re)leituras da nossa lírica popular, os Gaiteiros de Lisboa são igualmente os principais responsáveis pelo surgimento de sucessivas gerações de novos músicos e bandas que, seguindo os seus passos, se lançaram igualmente nesta aventura de pegar na herança da música rural portuguesa reinventada no séc. XXI.
Se, no seu início, os Gaiteiros de Lisboa eram já um super-grupo que tinham aberto novos caminhos para a música tradicional (no GAC-Vozes na Luta, Almanaque ou Sétima Legião), essa tendência surge agora ainda mais reforçada. Um super-grupo que, já se adivinha, voltará brevemente a protagonizar super-concertos.
Nathalie não é estilismo ou arremedo globalizante: a fadista vive nos Estados Unidos e foi lá que o fado a apanhou, quando contava com apenas 13 anos, prova de que há de facto uma razão para que este património tenha sido distinguido pela UNESCO – é que a sua dimensão é universal.
Carlos do Carmo, um dos grandes impulsionadores deste reconhecimento internacional do fado, aliás, viu também algo de especial em Nathalie, voz que tem feito questão de ter ao seu lado em vários concertos.
A fadista deixou tudo em pratos limpos há uma década quando titulou o seu registo inaugural com Corre-me fado nas veias, registo que mereceu o Prémio Lusíada – Melhor álbum de Fado 2007, dos Artistas Unidos da América. Essa foi a primeira de várias distinções conquistadas do lado de lá do oceano Atlântico, incluindo a PALCUS Young Portuguese American Promessa Leadership Award, considerado o mais importante prémio de reconhecimento e honroso das comunidades portuguesas nos Estados Unidos.
A estreia em Lisboa foi naquele que é talvez o maior evento do seu género, o Festival Caixa Alfama, ao lado do mestre da guitarra portuguesa José Manuel Neto.
Os aplausos que aí lhe foram entregues são sinal claro do imenso potencial que possui e que agora se traduz num novo álbum que sucede a Fado Além, trabalho de 2016 com arranjos e produção de Ricardo Dias que mereceu elogios rasgados no Expresso e no Público. Ao Misty Fest, Nathalie virá apresentar um novo álbum que é igualmente o mais ambicioso registo da sua carreira até agora: ladeada por José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença na viola e Bernardo Moreira no contrabaixo – um trio de absoluto luxo -, Nathalie mostra o fado na sua expressão mais pura, despido de quaisquer desvios à sua essência num olhar para a tradição mais funda que é afinal de contas uma projecção para o futuro. José Mário Branco, que tem sido responsável pela produção de boa parte da discografia de Camané, assegura aqui também a orientação de um álbum que vai certamente marcar o calendário musical português de 2017. Garantia de que algo muito especial está para chegar. Poderão confirmar tudo no Misty.
A cantora Tété Alhinho carrega na voz uma alma muito própria, desenhada ainda na infância a ouvir as mornas que Bana cantava “nos 15 minutos finais da emissão da rádio Barlavento”, como recorda nas notas de capa de Mornas ao Piano, o belíssimo disco que acaba de lançar.
Para recuperar essas memórias, Tété recrutou vários músicos (os pianistas Carlos Matos, Ricardo de Deus ou Victor Zamora, por exemplo) que a acompanham em temas sobretudo da sua lavra, com o doce embalo ilhéu a ser recortado por um rigor jazz e uma classe de pendor universalista que ainda assim não mascara a identidade funda destas canções de dor e saudade, de nostalgia e absoluta dignidade.
Ao vivo, Tété Alhinho é ainda mais doce e intensa, arrebatadora na força da interpretação de temas que pegam na memória de Cabo Verde para se projetarem num mundo moderno e sofisticado, cheio de alma e de beleza. Todas estas qualidades poderão ser confirmadas nos dias 10 e 11 de Novembro, no Misty Fest, quando Teté subir aos palcos do Teatro Tivoli BBVA (Lisboa) e da Casa da Música (Porto), onde terá como artista convidado Carmen Souza e Theo Pascal Duo. Certamente, a não perder!
Miguel Poveda é um tesouro do flamenco contemporâneo, um artista que já mereceu algumas das mais conceituadas distinções atribuídas ao cante, como o cobiçado Prémio Lampara Minera, que conquistou logo aos 20 anos, em 1993. Poveda foi ainda por diversas ocasiões incluído entre os nomeados para os Grammys Latinos, reconhecimento do extraordinário alcance da sua arte.
Do seu vasto currículo contam aplaudidas prestações nos mais prestigiados palcos internacionais, como o Lincoln Center em Nova Iorque, colaborações com os mais importantes nomes do flamenco como Enrique Morente ou participações em filmes de realizadores celebrados como Bigas Luna, Carlos Saura ou Pedro Almodovar. Miguel Poveda regressa agora a Portugal o espectáculo Íntimo, uma intensa viagem de duas etapas bem distintas. Na primeira parte, acompanhado pela guitarra de Juan Gomez “Chicuelo”, apresenta-nos uma viagem pelo universo clássico do flamenco nas suas mais variadas vertentes – bulerias, soleas, cantes mineros, tangos de triana e outros modos reflectindo o conteúdo do seu álbum, Artesano, Disco de Ouro em Espanha.
Na segunda parte, o acompanhamento passa para o piano do Maestro Joan Albert Amargós abrindo-se espaço para uma abordagem mais moderna e improvisada ao flamenco, facto que transforma cada uma das apresentações de Miguel Poveda num momento absolutamente único. Poveda editou em 2015 o álbum Sonetos y poemas para la libertad que mereceu nomeação para os Grammys Latinos e o ano passado foi agraciado pela autarquia de Barcelona com o título de Filho Pródigo da Cidade, uma distinção que diz muito da sua importância cultural. Regressa agora a Lisboa, para mais uma noite de magia e encantamento.
O universo nórdico foi sempre uma paixão para André Barros: o seu imaginário poético, a paisagem gelada, a música, claro, ou não tivessem os Sigur Rós conduzido o compositor português até à Islândia para concluir a sua formação técnica. Por isso mesmo, descobrir agora André Barros em palco com a cantora Myrra Rós e o multi-instrumentista Júlíus Óttar Björgvinsson não pode ser uma completa surpresa.
Depois de se revelar ao mundo com a edição em 2013 do álbum Circustances, André Barros começou a viajar com a sua música. As melodias profundamente melancólicas e sofisticadas das suas composições têm um claro apelo global e por isso mesmo as cumplicidades não tardaram a surgir. Soundtracks Vol. I consolidou o estatuto de revelação de André Barros abrindo-lhe ainda mais portas internacionalmente, com o seu evocativo trabalho musical a provar-se especialmente compatível com narrativas para ecrãs de todos os tamanhos.
Nasce então a ligação a Myrra Rós com quem colaborou em In Between e numa banda sonora para uma curta-metragem norte-americana. Esse foi o ponto de partida para uma colaboração mais próxima e intensa que resulta num espectáculo onde as melodias cinemáticas de Barros e a voz etérea de Rós se cruzam num encantatório todo, com piano, guitarra e percussões a servirem de base para uma voz que promete apaixonar quem a ela lhe dedique atenção. E a envolver tudo isto, evocativas imagens projectadas que tornam a imersão neste universo particular ainda mais mágica.
Misty Fest. Concertos únicos nas melhores salas.
James Rhodes colecciona milhões de views e plays nas plataformas de streaming, enche as principais salas de concertos do mundo e merece os títulos de fenómeno e sobrevivente.
O britânico James Rhodes é um dos mais singulares casos de sucesso no exclusivo universo da música erudita e isto porque nada nele se encaixa na ideia tradicional de um pianista clássico. Rhodes não teve uma educação formal até aos 14 anos, apesar de se ter apaixonado pelo Emperor’s Concerto de Bethoven logo aos 7 anos e de se ter então aproximado do instrumento. Aos 18, Rhodes abandonou os estudos e durante mais de uma década não tocou piano.
O músico, que sofreu abusos sexuais de um professor quando ainda era criança, teve que lutar com severos problemas mentais e emocionais durante muito tempo. Mas depois de se reencontrar com o piano, James Rhodes fez o seu primeiro recital público em 2008 e logo a seguir assinou contrato com a Warner Bros. Os cinco álbuns que editou entretanto tornaram-se casos sérios de sucesso, impondo o seu nome na primeira linha da cena internacional de música erudita.
Rhodes, no entanto, é muito mais do que um mero pianista: é um verdadeiro activista cultural em Inglaterra, com vários programas televisivos de sucesso na BBC ou na Sky e Channel 4, incluindo Don’t Stop The Music, a base de uma campanha de angariação de instrumentos para as as escolas primárias públicas. A voz de Rhodes faz ainda ouvir-se na rádio e nos principais jornais britânicos, como o The Guardian.
A reveladora biografia do pianista, Instrumental, só foi publicada depois de um tribunal o ter autorizado, já que a ex-mulher de Rhodes acreditava que a sua turbulenta história pudesse prejudicar os filhos.
Não há outro artista como James Rhodes. E finalmente vai estrear-se agora em Portugal.
Anuncia-se assim o primeiro nome para a 8ª edição do Misty Fest. Mais novidades em breve.