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A dupla de Tó Trips e Pedro Gonçalves apresenta-se ao lado de um trio de cordas composto por Carlos Tony Gomes no violoncelo, Bruno Silva na viola de arco e Denis Stetsenko no violino, oferecendo ao público uma viagem inédita pelos mais emblemáticos temas da sua discografia. Uma estreia absoluta Misty Fest.

Consta que se encontraram em Lisboa, numa escura ruela que transbordava de cheiros e odores que pareciam estar colados às paredes imundas. Eram três, de casacos de abas de grilo cheios de mofo, cabelos que pareciam ter sido passado por uma velha frigideira de bifanas e olheiras que mais pareciam buracos negros.

Disseram que tinham naufragado no Lusitânia, aquele navio de que só se falava sussurando, para não despertar os fantasmas que nele habitavam desde há muito. Segundo eles, o Lusitânia tinha sido engolido por uma vaga gigantesca, causada pelas vibrações acústicas da orquestra de cordas, quando cruzavam o oceano pacífico.

Restaram apenas aquelas três almas penadas: O magro violino do leste, a viola do Sul e o violoncelo do Norte. Fizeram uma barcaça com os seus instrumentos remaram com os seus arcos e acabaram algures na América do Sul, de onde viajaram, tocando para ganhar uns trocos, até aqui chegar.

Gato Pingado e o Gangster olharam para eles e disseram: “Almas penadas com cordas de má fama…. Juntem as vossas cordas às nossas!”

E seguiram rua adentro até desaparecerem os cinco no meio do fumo da velha fábrica de chapéus.