A edição 2024 do Misty Fest volta a percorrer as salas de espetáculos de várias cidades do país, de 1 a 30 de novembro, e além dos nomes já conhecidos – Lina_, Salvador Sobral, Christian Löffler, Nancy Vieira, Tony Ann e Nils Hoffmann – há mais um leque de artistas confirmados de universos tão variados como o flamenco alternativo, o jazz “clássico”, o jazz experimental ou o trip-hop. Maria João & André Mehmari, Rocío Márquez y Bronquio, Brandee Younger e os GoGo Penguin são os nomes que se seguem.

Maria João & André Mehmari provam como a música diminui distâncias atlânticas
A música é sempre a melhor ponte para diminuir as distâncias e promover grandes parcerias. E para comprovar essa teoria, Portugal e o Misty Fest, serão o cenário para o grande encontro entre a cantora portuguesa Maria João e o pianista e compositor brasileiro André Mehmari. Um espetáculo cheio de surpresas e sonhos, que promete compor um novo capítulo na história deste duo. 
No repertório, músicas inéditas de Mehmari que foram compostas especialmente para o seu duo com Maria João, e que serão lançadas num álbum, na reentre deste verão, editado pela Galileo Music Alemanha, com letras criadas pela própria Maria João. O público será presenteado com novidades e com algumas canções da dupla Guinga/Aldir Blanc que o duo já interpretou em concertos anteriores, e que se tornaram referências estéticas para os artistas. Aldir, aliás, figura como um padrinho da dupla, já que “O Sonho” é a parceria entre Mehmari e Blanc, encomendada por Maria João para o seu álbum “A Poesia de Aldir Blanc” (Selo Sesc).
O duo estará em tour europeia entre 1 e 10 novembro 2024, com estreia nos palcos do Misty Fest.

Do Flamenco sem dogmas de Rocío Márquez y Bronquio …
Outra grande novidade da 15.ª edição do Misty Fest é a presença da voz da nova geração do flamenco alternativo, transgressivo e erudito – Rocío Márquez. E é assim que a cantora andaluza se posiciona no universo musical andaluz. Sem falsos dogmas ou concessões – apesar do amor à tradição – Rocío consegue ser uma das vozes cimeiras do flamenco contemporâneo, combinando o rigor, a vocação criativa e a audácia interpretativa.
É nas letras, arranjos e melodias que consegue transfigurar cantes antigos em diferentes palose melodias. A sua música transporta-nos não ao primeiro, nem ao segundo, mas ao “Tercer Cielo” do flamenco (o último e aclamado álbum que conta com a colaboração do produtor de música urbana e eletrónica, Santi Bronquio). Se dúvidas existirem sobre os novos caminhos do flamenco, há que tirar teimas no Misty Fest, a 10 de Novembro, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa.

Harpa de Brandee Younger mostra-se no seu apogeu
Do outro lado do Atlântico, Brandee Younger visita o Misty Fest para 2 concertos no Cineteatro Capitólio e no Auditório de Espinho (15 e 16 de Novembro, respetivamente). A norte-americana, conhecida por ampliar as fronteiras do som da harpa rumo a paragens sonoras tão diversas como o jazz, a soul e o funk, atua pela primeira vez no nosso país onde mostrará os temas do último álbum “Brand New Life”, uma coleção de originais, mas também de releituras de composições de ídolos confessos como Dorothy Ashby. Este trabalho, como o título deixa antever, aborda os novos caminhos – artísticos, pessoais, políticos e espirituais – de Younger, exímia executante deste instrumento tão delicado e, ao mesmo tempo, tão denso.
O ano de 2022 foi marcante – Younger fez história ao tornar-se a primeira mulher negra a ser nomeada para o Grammy de Melhor Composição Instrumental. Este ano, na 55.ª edição dos NAACP Image Award conquista o prémio na categoria jazz com “Brand New Life”.
Sempre em busca de novas experiências como artista, trabalhou já com Common, Lauryn Hill, John Legend e Moses Sumney. Brandee Younger é, sem dúvida, uma das mais inovadoras executantes de harpa da atualidade que teremos a oportunidade de (re)conhecer ao vivo no Misty Fest.

GoGo Penguin, o trio de Manchester que cobre o palco com electrónica, trip-hop, jazz, rock e música clássica
O emotivo e cinematográfico trio de break-beat, GoGo Penguin, estará em Portugal para duas datas, a tocar músicas do seu mais recente álbum Everything Is Going to Be OK (Sony Music XXIM), o nono álbum, em onze anos, da banda inglesa de jazz formada em Manchester em 2012. Repleto de otimismo e de novos começos, com um novo baterista, uma nova editora e um som subtilmente atualizado, a banda está a viver uma nova era sonoramente mais liberta, mas sem perder a sua música ímpar que incorpora elementos de eletrónica, trip-hop, jazz, rock e música clássica.
Everything Is Going to Be OK nasce de um momento de turbulência e perda na sua formação original. Durante um período pessoalmente difícil para a banda, o estúdio tornou-se um refúgio. O resultado é um projeto pleno de compreensão e empatia partilhadas. Através das nossas dificuldades, juntos, emergiremos mais fortes; everything is going to be ok.