Jazz e folk transglobal de Karl Seglem
Karl Seglem continua a ser um dos mais excitantes e inovadores saxofonistas tenor e compositores contemporâneos da Noruega. Este é o regresso esperado aos palcos do Misty Fest, depois das atuações em 2021. Este ano, apresentará ao vivo os temas do novo disco, “Mytevegar (myth.path.hope)”, com atuações que se dividem entre a Casa da Música no Porto, e o B.Leza em Lisboa.
Homem dos mil e um ofícios – diz-se músico, poeta, compositor, jazzchef, pai, naturaholic – é considerado um “tesouro da música norueguesa”, quer seja pelo inconfundível talento, quer pela profusa criação musical – do seu catálogo constam 40 álbuns editados. Em alguns destes trabalhos o uso de chifres de cabra e outros instrumentos tradicionais – nomeadamente o violino de Hardanger – é magistral e excitantemente misturado com uma abundância considerável de elementos modernos e ecléticos: loops electrónicos, improvisação jazz, traços de world music e características rock.
Seglem é um portentoso tenor saxofonista e não poupa nas colaborações (como aliás aconteceu com a NOPO Orchestra, um ensemble folk contemporâneo universal composto pelo músico e ainda por Rao Kyao e Francisco Sales com o qual se mostraram nos palcos do Misty Fest em 2021).
Muita da sua música aponta para o som do jazz nórdico, mas com as abordagens inconfundíveis a que já nos habituou – fusão de expressões folclóricas numa sonoridade fresca, efusiva e poderosa do jazz experimental.